sábado, 21 de novembro de 2009

pseudo-gripe A

Deve ser algo normal em qualquer ser humano detestar hospitais. Não fujo do comum nesse sentido. Contudo, como um também comum mortal lá tenho que me dirigir em situações urgentes. Sexta-feira acordei cheia de dores. Solução? Urgências. O processo é simples, dirigimo-nos à recepção, damos o nome e esperamos que nos chamem. Aquando da minha chamada expliquei o meu mal-estar. Dores na garganta, tosse contínua, alguns espirros, dores de cabeça e no corpo. Imediatamente colocaram-me uma máscara. Mediram-me a febre e apenas registei uns simples 37,8º. Etiquetaram-me com uma pulseira amarela e enviaram-me para a "salinha da gripe A". Vim a perceber posteriormente que a pulseira corresponde ao segundo lugar na lista de urgência. Uns 15 minutos de espera e ouço um sotaque espanhol a chamar pelo meu nome. As minhas críticas são várias. A primeira é o facto de pela segunda vez que vou ao mesmo hospital ser atendida por um médico espanhol. Será que eles acham que percebemos tudo que dizem? É que entusiasmam-se tanto que por vezes falam rápido demais. E sim eu sou jovem e ainda vou percebendo, mas será que já se qestionaram que as pessoas mais velhas não compreendem nada? Não é que não goste de espanhol, até acho o sotaque deveras sexy, mas não propriamente no contexto utente-médico. Não sei, também, se já experimentaram utilizar uma daquelas fantásticas máscaras, mas a simples acção de respirar torna-se complicada. Não posso deixar de referir a pulseirinha amarela com um selo a dizer o meu nome, o meu número de telefone, a minha morada e até o meu estado civil. É como etiquetar um morto na morgue. Não entendo a utilidade daquilo, mas se calhar o erro está na minha falta de cultura. Vou descansar quem está desse lado e não, não tenho gripe A. Não vá alguém pensar que lhe poderia transmitir via internet, com tanta polémica e preocupação em volta do caso. Acho-a desnecessária. Pelo menos a esta hora estaria a tomar tamiflu, sabia a duração do sofrimento e toda a gente compreenderia o meu estado. Sendo uma gripe "normal" as pessoas desdramatizam. Mas não é caso para isso. Estou trancada entre 4 paredes à espera de me sentir uma pessoa normal e poder sair à rua.
Esta falta de vida no exterior obriga-me a ver televisão. Conseguem num dia inteiro não passar um único programa com conteúdo e limitam-se a filmes já repetidos anteriormente.
Sim, o meu espírito crítico está em alta, deve ser uma das consequências de estar doente.



Pinup shot


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